sábado, 30 de maio de 2009

O fogo sagrado

Todo o país viveu dias de curiosidade, para ver que rumo tomaria a vida de dois dos personagens da novela Caminhos das Índias, quando veio o xeque-mate: um casamento indissolúvel, realizado diante das chamas do fogo sagrado.

Primitivamente, os indianos possuíram uma literatura sagrada intimamente ligada à sua religião. Os primeiros livros dessa literatura são os Vedas (conjunto de textos sagrados), que descrevem e celebram os deuses de então:

Agni – deus do fogo, do fogo doméstico, do fogo celeste, o sol, do fogo das nuvens, o raio,

Indra – o deus da atmosfera, análogo ao Zeus dos gregos,
Soma – a lua, etc.

Agni, portanto, é o deus do fogo sagrado na cultura védica, importante em quase todos os rituais religiosos, pois acreditam que, sem o fogo, não pode haver vida.

O deus Agni está presente em vários hinos dos Vedas.

O fogo é um dos quatro elementos, que regem o planeta (Fogo, Água Ar e Terra), sendo considerado um símbolo sagrado na maioria das religiões, incluindo o Hinduísmo, Cristianismo, Judaísmo, Islamismo, Xintoísmo e Wicca.

Quase todos os rituais religiosos são realizados na presença desse elemento, seja em forma de fogueiras, ou mesmo simplesmente representado por uma vela, possuindo um misticismo, que envolve quase todas as crenças.

Nas religiões neopagãs, como é o caso do Druidismo, da Wicca e da Asatrú, também existe a crença na existência de cinco elementos constituintes do Universo, sendo eles o Fogo, a Água, o Ar, a Terra e Akasha, sendo este último a manifestação da energia divina.

Em suas pesquisas, a novelista Glória Perez descobre que, se um casal se une diante do fogo sagrado, o casamento é válido e impossível de ser anulado. E é exatamente dessa brecha de que se vale o indiano e a sua amada brasileira, sem precisar do consentimento da família Ananda e de suas negociatas, via pandit.

Os pombinhos acabam por se casar diante de uma autoridade religiosa (sacerdote do hinduísmo) e de uma fogueira, deixando as duas famílias em pandarecos.

Tudo leva a crer que a ladroa do coraçãozinho indiano, comerá o pão que o diabo amassou na sua nova família hindu. Pois, até então, nunca havia tomado uma xícara de chá gengibre com tchkali ou um copo de lassi na casa da família Ananda.

Quem viver, verá! Are Baba!

A Índia é o país dos rituais, assim como os demais países do Oriente. E o mais engraçado é que poucas pessoas conhecem a origem desse ritualismo. Dele fazem parte, sem ter um mínimo de noção. Agem, na maioria das vezes, por mero condicionamento.

Dentre tantos, está o casamento, pois goza de grande prestígio dentro da tradição hinduísta. A família representa um pequeno núcleo do Estado. Sendo que tudo é feito no sentido de fazê-la prosperar. Sem a família, nenhum de seus membros não consegue apoio, pois ela age em conjunto. A família é o pilar da sociedade hindu.

Quando o filho casa, a esposa acompanha-o para morar com sua família. Trocando em miúdos, quem casa um filho ganha uma filha e quem casa uma filha, perde-a para a família do esposo.

Mesmo dentro do hinduísmo, existem muitos rituais relativos ao casamento, variando de região para região, cultura e costumes étnicos.

Namastê!

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